quarta-feira, 26 de outubro de 2011

gato siamês

Achado no posto SP Minas, à noite, no último domingo, este gatinho siamês aguarda um novo lar. Está provisoriamente acomodado em um banheiro apertado, foi vermifugado hoje, é muito dócil e carinhoso. Meu e-mail para contato: sheilasaadjor@gmail.com


terça-feira, 31 de agosto de 2010

mercadão das almas

Fonte: http://www.anda.jor.br/?p=56486
Por Laerte Fernando Levai

Em fins de 2004, no site da Vegan Pride, Adriana Bernardino escreveu uma crônica contundente falando dos horrores sofridos pelos animais expostos à venda no mercado municipal Kenji Yamamoto, na Cantareira, em São Paulo. Até então nenhuma autoridade municipal se importava com esse assunto, apesar dos protestos das entidades protetoras e dos sucessivos pedidos de providências protocolados pelo combativo advogado Rogério S. G. Gonçalves. Os animais, adultos e filhotes, vivos ou mortos, ou mortos-vivos, se preferirem, ali nada mais representavam que simples objetos de consumo: para abate, para alimentação, para rituais religiosos. Retalhados nos açougues ou paralisados de medo nas gaiolas, como bem definiu a autora, eles eram tratados como máquinas insensíveis, peças descartáveis, instrumentos para uso e gozo de seus algozes. Um campo de concentração zootécnico, aberto aos olhos de quem quisesse ver. E o poder público permanecia cego diante das evidências de crueldade.

O texto “Mercadão das Almas”, que ela ilustrou com fotografias da barbárie, fala por si. Imagens que traduziam toda a dor do mundo contida na expressão suspensa dos porcos decapitados, no olhar acuado de galos, coelhos, bodes e cabritos. Olhos que em vão pediam socorro, que em vão imploravam misericórdia. Prefiro não mais usar as fotografias, em homenagem à memória desses animais torturados e mortos. Prefiro me valer, tão somente, da força indestrutível das palavras de Adriana Bernardino. Mas houve um momento, conforme admitido pela própria autora, em que ela fraquejou: quis comprar um coelho que lhe lambera os dedos, em súplica, e, assim, salvá-lo da morte. Foi desaconselhada, todavia, a não fazê-lo, sob a justificativa de que tal atitude, embora compassiva, representaria um estímulo ao comércio perverso no mercado das almas. De qualquer modo, com o coração partido, a autora resolveu escrever sobre o que viu. Seu texto, certamente, contribuiu para que as coisas começassem a mudar.

É impressionante como o poder das palavras é capaz de ensejar transformações. Ativismo literário que desperta consciências, que pugna por justiça, que abre gaiolas, que liberta. A divulgação desse texto, pela internet, mexeu com a opinião pública, tanto que alguns meses depois as autoridades administrativas decidiram proibir a venda de animais vivos naquele estabelecimento. É claro que a medida restritiva é apenas um passo no ideal abolicionista, mas, convenhamos, um importante passo. Há centenas de mercados das almas no Brasil, com milhares de animais transfigurados pelo medo e pela dor – exatamente com ela descreveu -, bichos empalhados e que ainda respiram. Não fosse a iniciativa de algumas poucas pessoas que se indignaram com a situação, ninguém, absolutamente ninguém, intercederia em defesa das vítimas indefesas. E pensar que nosso país possui legislação proibitiva de abusos, de maus-tratos e de crueldade para com animais. Como pode…?

Melhor não dizer mais nada. Que os leitores, ao menos aqueles que ainda não conhecem o texto de Adriana Bernardino, tirem suas próprias conclusões com a leitura de “Mercadão das Almas”, que considero uma das mais belas páginas literárias que já li em favor dos animais. Crônica ativista, eu torno a dizer, porque escrita com todo o sentimento aflorado de uma alma sensível e inconformada. São ações como essas que fazem a diferença, que nos devolvem a esperança, que resgatam a crença na justiça e que nos permitem seguir em frente, na busca de tempos melhores para todos. Deixo-lhes, a partir de agora, com Adriana Bernardino:

MERCADÃO DAS ALMAS


“Porque os anjos têm asas como as aves.
Porque os homens têm pelos como os bichos.
E todos nós temos alma como Deus!”
(São Francisco de Assis)



Há homens morrendo em todos os cantos do planeta. Mortes horrendas, desnecessárias. E há homens que, enquanto não morrem, assistem ao espetáculo da violência, faces da morte distribuídas por canais de TV, pedaços de corpos disputados por jornais e revistas. É este o programa da família. Crianças acostumadas, desde a mais tenra idade, ao sadismo de seu semelhante.

Será esse o motivo? Eu procuro um motivo que justifique a frieza do homem diante do sofrimento do outro, seja lá que outro for. Foi assim com Sócrates, Cristo, Zumbi, Gandhi, Martin Luter King, Tiradentes, Lennon, garotos arremessados de um trem em movimento e tantos outros que, a seu modo, exerciam ou lutavam pela liberdade e pela paz, mas foram premiados com a cruz, com a faca, com a bala, com a bomba, com a tortura, carentes de inteligência e de sanidade.

Quais são mesmo os motivos? Ainda não sei. Ser humano sem humanidade? É um triste paradoxo. Como se um peixe que não soubesse nadar, como uma águia que se recusasse a voar. Estou perplexa.

Aqui, no Mercado da Cantareira, em São Paulo, acompanhada de meu amigo Christopher, essas interrogações me invadem. Esses porquês.

Como é que esses homens, sem humanidade, vão-se comover com animais amontoados em gaiolas, implorando por socorro, por misericórdia?

Há, por exemplo, um box especializado em venda de animais para rituais religiosos. Há pequenos bodes, cabritos e galos pretos à espera do sacrifício. Os primeiros nem lutam mais pela vida. Chegaram a lutar antes de entrar num caminhão, a milhares de quilômetros daqui. Chegaram a lutar dentro do caminhão – com berros, com chifradas – por ar, por água, por comida. Agora, presos numa cela de azulejos brancos, eles se ferem um aos outros.

Estão cegos, paralisados pelo medo e pela dor. Acaricio a cabeça de um deles, que não reage. Parece um animal empalhado. Só sei que está vivo porque o corpo esquelético respira.

Uma pessoa se aproxima. Olha os galos pretos, que gritam inconformados. Eles são valentes. Ela escolhe um. O dono do box – um homem branco, gordo, com uma expressão tão fria quanto a de um manequim de loja (terá filhos? terá um amor?) – o dono do box abre a gaiola e agarra o animal pelas pernas. O galo bem que tenta reagir: grita, bate as asas, imponente. O dono, então, levanta-o e, com precisão, arremessa sua cabeça contra a parede. Não, o bicho não morre. O homem é “bom” no que faz. Deixa-o em estado de choque, entre a vida e a morte. Porque seu novo dono o quer vivo: o ritual exige seu sangue quente.

O funcionário do box, mais falante, diz que tem dó dos bichos. Mas o que se há de fazer? “Nós cuidamos deles, passamos remédio nos olhos feridos. Mas eles se ferem novamente”, explica o rapaz, o erro dos bichos.

Chega? Não. Há também os coelhos. Um deles, cujo valor foi estabelecido em trinta reais, lambeu meus dedos quando o peguei no colo. Nunca tinha visto isso. Queria levá-lo comigo; entretanto, Christopher me disse que seria um incentivo à continuidade daquele comércio. Não levei. Hoje, sinceramente, arrependo-me.

Eu não queria ver mais nada. Mas ninguém entra num local desses impunemente. É preciso ir ao Mercado Municipal, próximo ao da Cantareira, onde também há animais. Estes, por sua vez, estão todos mortos. São exibidas cabeças de porcos dentro de um freezer transparente com o nome de “Porco Feliz”. E um anúncio grande num outro box, com os dizeres: “temos filhotes de javali”. Sim, tem gente que faz sua ceia de Natal com filhote de javali.

Estou cansada. Não aguento mais ver essas fotos nem escrever sobre o que vi. Eu só espero que as pessoas – nas festas de Natal e Ano Novo – valorizem mais o amor do que cadáveres sobre a mesa, façam mais amor do que rituais sangrentos. Porque a vida nos dá o que damos a ela. Só teremos um ano melhor se plantarmos, uma a uma, as sementes dos frutos que queremos colher.

Eu desejo a todos vocês que saibam semear com sabedoria.

Adriana Bernardino

Salve, São Francisco de Assis!

terça-feira, 29 de junho de 2010

de guaxupé a são paulo

Este cãozinho macho da foto foi "achado" no bairro Nova Floresta, onde tem aumentado, dia a dia, o abandono de filhotes. Está na MinasVet (tel.: 3551-7455) aguardando adoção. Nesta foto, "achado" com Guilherme.





O preferido dos paulistanos

Pesquisa Datafolha revela que 37% dos moradores da cidade têm cachorro em casa; a maioria desses cães é vira-lata.
(POR FLÁVIA MANTOVANI E ROBERTO DE OLIVEIRA)

Eles não são puros e têm histórico de passagem pelas ruas. Seu nome é associado ao lixo e aparece no dicionário como sinônimo de "sem classe, sem vergonha". Ainda assim, e talvez com a ajuda de uma abanadinha de rabo, os vira-latas conseguiram driblar a má fama: estão na moda e fazem companhia a milhares de moradores da cidade, de todas as classes sociais.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Datafolha, é esse o cão mais comum na casa das famílias paulistanas. O levantamento entrevistou 613 pessoas, numa amostra representativa da população de São Paulo com 16 anos ou mais.

Por ser fruto de uma mistura de raças, o vira-lata tem características muito mais variadas do que qualquer cachorro puro. Mas, na aparência física, é possível identificar um perfil médio: a maioria pesa de 10 kg a 20 kg, tem pelo curto e cor escura -é o pretinho básico, como chamam alguns protetores de animais.

Para o zootecnista e especialista em comportamento animal Alexandre Rossi, autor do livro "Adestramento Inteligente" (ed. Saraiva; 240 págs., R$ 31,40, 2009), o porte médio ajuda a sobreviver nas ruas. "Ele não é tão grande a ponto de demandar muito alimento nem tão pequeno a ponto de ser indefeso em brigas e perder na competição com outros machos para cruzar", explica.

O comportamento também muda substancialmente de um vira-lata para o outro, mas aqueles que passaram pela rua costumam ser mais espertos do que os criados em casas ou apartamentos. "O animal que passou pela rua teve que se virar, ou não estaria vivo", diz o veterinário Wilson Grassi, diretor da Anclivepa (Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais) e gerente-executivo do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal.

Segundo Alexandre Rossi, a mistura de raças costuma "produzir" um cão com competências mais equilibradas. Enquanto um animal puro pode ter mais aptidão para guarda e outro para companhia, por exemplo, o vira-lata teria uma média entre as habilidades -o que também o torna menos previsível, uma desvantagem na opinião de algumas pessoas.

A genética explica também por que os vira-latas, conhecidos como SRD (sem raça definida), são mais resistentes a doenças. Existem problemas de saúde determinados por genes recessivos, que devem estar presentes em dupla para que as complicações se manifestem.

Enquanto os animais mais puros têm mais tendência de portar os dois genes, estes acabam sendo "diluídos" com a mistura de raças.

Um problema que vem aumentando em cães de raça nos últimos cinco anos, por exemplo, é a alergia, segundo Roberto Monteleone, veterinário de pequenos animais há mais de 30 anos. "Há criadores que cruzam animais aparentados. Muitos nascem com imunodeficiência e pegam infecções com facilidade. No caso do vira-lata, há uma chance muito menor de que isso aconteça."

Outra explicação é a própria seleção natural. Quando o cachorro é de raça, acaba procriando mesmo não sendo muito saudável, pois recebe mais cuidados. Já na rua só procriam os vira-latas mais fortes, que sobrevivem às condições adversas e, por isso, geram filhotes mais resistentes.

Isso não quer dizer, no entanto, que eles precisem de menos cuidados do que um cão de raça. "Tem que vacinar, levar ao veterinário, dar boa alimentação. É um cão como outro qualquer", alerta Cida Lellis, presidente da ONG Clube dos Vira-Latas.

São Paulo
Segundo o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de São Paulo, há 2,5 milhões de cachorros domiciliados na cidade. O número vem crescendo, em média, 6% ao ano, e estima-se que, em 2020, atinja 4,5 milhões. Os dados são de uma pesquisa que vai virar livro, feita pela USP de 2007 a 2009 em parceria com o CCZ e com regionais de saúde. Foram visitados quase 12 mil domicílios.

O professor de veterinária Ricardo Dias, autor do estudo, diz que não surpreende saber que o SRD é o cão mais comum. "Vimos que só 26% dos cachorros foram comprados. O restante foi adotado", diz.

A adoção dos sem raça, aliás, está virando moda entre paulistanos de classes mais altas, e agora eles dividem espaço com primos "ricos" como poodles, lhasas e labradores. "Os animais de rua não ficam mais só na periferia. Temos visto muito mais vira-latas nos parques, junto com os cães de raça", afirma a veterinária Cíntia Tonelli, fundadora da ONG Vira-Lata É Dez.

Em 2003, quando foi criada, a entidade conseguia doar quatro cães por mês -hoje são cerca de 16. O problema é que eles também têm tido mais animais para recolher.

Desde 2008, não é mais permitido, no Estado de São Paulo, sacrificar animais apenas por estarem na rua -a eutanásia só pode ser feita em casos extremos, de doenças incuráveis ou infectocontagiosas. Os animais recolhidos pelo CCZ ficam disponíveis para adoção -são doados, em média, 50 por mês.

A ONG Clube dos Vira-Latas é outra que aumentou as doações: eram cerca de dez por mês há cinco anos e agora são entre 40 e 50. "As pessoas estão acordando para o problema dos animais abandonados na cidade e vendo que o bicho não precisa ser comprado e ter raça", diz Cida Lellis.

Mas os adotantes ainda procuram perfis específicos: filhotes, de porte pequeno, peludinhos e que não sejam pretos, justo o contrário da maioria dos cães que estão nos abrigos. Casais jovens, com ou sem filhos, são os adotantes mais comuns na cidade de São Paulo.

Esqueceram de mim
45% dos paulistanos deixam o cachorro em casa para viajar.


Um dos maiores dilemas de quem tem cachorro é o que fazer com ele quando viaja. Além dos que deixam o bicho em casa, 35% recorrem a amigos e parentes, 11% o levam junto e 1% o deixam em hotéis para cães.

Para Alexandre Rossi, o ideal é que o cachorro viaje também. "A prioridade para ele é a companhia."

Como nem sempre isso é possível e caso a pessoa queira deixá-lo na residência, é importante que haja alguém que vá ao local diariamente trocar água e comida e passear com o animal. "Quando o dono se afasta, os cães se sentem abandonados. Muitos entram em depressão e nem comem", alerta a veterinária Mônica de Almeida, do CCZ.

Patrick, 4, e Ariel, 4, ficam animadíssimos quando chega sexta-feira. Eles sabem que, no sábado, as chances de viajar são grandes.

A senha de que vão pegar a estrada é dada pela dona, a analista de sistemas Rita Dreher, 36: é só ela começar a preparar a mala dos cães.

Rita consulta uma lista básica do que não pode faltar: rações seca e úmida, petiscos, potes de comida e água, coleiras com identificação, pisca-pisca noturno, repelente de mosquito e até secador de cabelo.

Patrick e Ariel são aventureiros. Eles já fizeram trilhas em mata fechada, rali passando por rios e até rafting em corredeiras radicais. Rita carrega fotos dos bichos para ajudar na identificação, caso se percam.

Há cerca de dois anos, ela descobriu o portal Turismo 4 Patas (www.turismo4patas.com.br), que organiza essas viagens. "Fomos sem saber como eles iam se portar, mas deu tudo certo." Não pararam mais.



Salão de beleza animal
50% dos donos levam seus bichos ao pet shop regularmente


Tantas visitas são necessárias? Nem sempre, mas certamente é prático. O animal precisa de banho, e não é todo mundo que tem espaço e tempo para fazer isso em casa -fora que, no clima frio, isso pode ser um sofrimento para o cão. O local também pode ser útil para fazer tosas.

Wilson Grassi recomenda procurar pet shops que tenham veterinário presente -e não apenas responsável pelo local-, para casos de acidentes. Alexandre Rossi alerta para o fato de que não se deve exagerar. "Um banho por semana é o máximo. Tem gente que acha que o bicho é gente, dá banho e limpa orelha todo dia. Isso não é saudável."

Quem optar por lavar o animal em casa deve tomar cuidado para que não entre água no ouvido e para que ele fique bem seco.

O vira-lata Batata, 4, adora os brinquedinhos e as guloseimas diferenciadas que ganha no pet shop, mas sabe que, no local, também terá que passar pelo olhar do veterinário.

Essa rotina começou quando ele tinha apenas três meses. Saiu da casa de uma voluntária que promovia adoção para o apartamento de sua dona, a empresária Patrícia Hahn, 53, no Brooklin (zona sul). De lá para o Morumbi, onde fica o pet shop e hospital Pet Care, que Batata frequenta, foi um pulo.

Para Patrícia, pet shop é importante, sim, mas desde que tenha sempre um veterinário por perto.



O grupo dos sem passeio
34% dos entrevistados nunca levam o cachorro para andar na rua


Especialistas condenam esse número da pesquisa Datafolha. "É lamentável. É óbvio que para eles é uma atividade muito importante: basta falar a palavra 'passear' perto de qualquer cachorro e ver o que acontece. É um tédio ficar numa casa sem novidade o dia inteiro", diz Alexandre Rossi.

O hábito não é importante apenas para que o cão faça exercícios e se desestresse. "É fundamental para a socialização, para marcar território, exercer o comportamento exploratório", afirma o veterinário Mauro Lantzman, especialista em comportamento animal.

Isso é ainda mais importante para aqueles que vivem em apartamentos ou em casas com quintais pequenos. Mas é preciso levar em conta a personalidade e a idade do cachorro: os mais velhos devem fazer exercícios mais leves, e há cães medrosos que não fazem questão de sair (isso é comum entre os lhasa apso e shih-tzu).

A SRD Carlota Joaquina não está nesse grupo: ela vive na ativa. De segunda a sexta, tem uma agenda atribuladíssima. Nem aos sábados e domingos, a bicha sossega.

Duas vezes por semana, ela faz curso de "agility". Outras duas, caminha com a dona, a administradora de empresas Leonora Ricci, 74. Nos fins de semana, ainda arruma tempo para longas caminhadas numa fazenda na região de Sorocaba (SP).

Carlota vem se transformando em uma grande surpresa para a dona. Quando a encontrou, dentro de uma gaiola, numa feira de animais para adoção em Embu (Grande SP), Leonora ficou encantada com a cachorrinha. "Mas não imaginava que ela ficaria tão linda assim", gaba-se.

Dia desses, a cadela de um ano de idade ganhou uma companheira: uma whippet de seis meses. Brigitte Bardot veio do Espírito Santo para o lar de Carlota, no Morumbi.

Agora, a pergunta: afinal, por que chamá-la de Carlota Joaquina?

"Ela é imponente, tão viva, tão brasileira, como aquela famosa. Achei o nome ideal", explica a dona.



A ração nossa de cada dia

Balanceada nutricionalmente, a ração é considerada pelos especialistas a comida mais completa e prática.

Mas 35% dos pets paulistanos ingerem refeições feitas em casa -7% usam apenas esse tipo de alimento.

Dar comida caseira não é necessariamente ruim, desde que seja um complemento à ração e não se resuma a sobras das refeições. Devem-se evitar alimentos com excesso de gordura e açúcar. "Eles podem sobrecarregar o pâncreas e gerar diarreia, cólica e até pancreatite aguda", diz Roberto Monteleone. Também não se deve dar, de jeito nenhum, chocolate, que contém teobromina, substância altamente tóxica para o cachorro -se ele for de porte pequeno, pode até morrer contaminado.

A ração evita que o cão tenha carência de nutrientes, mas é preciso tomar cuidado com a qualidade das marcas de preço muito baixo. "Entre uma ração ruim e uma comida caseira boa, fico com a comida caseira.

Mas quem optar por esse tipo deve consultar um veterinário especialista em nutrição para que ele ajude a balancear bem os ingredientes, além de escovar os dentes do animal e cuidar para que ele não engorde muito", recomenda Wilson Grassi.

A vira-lata Fada, 8, só come ração premium, com menos gordura. O máximo que sua dona, a comunicóloga Paula Navarro, 43, arrisca é cortar uma fatia de pão integral, dividi-la em quadro pedacinhos e dar um para cada cão -além de Fada, ela tem Rajá, 10, um labrador, e outros dois SRD, Angel, 8, e Bliss, 5.

Mesmo assim, numa distração de Paula, não levou um minuto para que Fada devorasse um queijo camembert inteiro. "Não ficou nem o cheiro", lembra.

As regras da comida caseira

pode (como complemento à ração)
Cenoura crua ou cozida
Chuchu cozido
Pepino
Frutas como maçã, pera e banana
Carnes que não tenham ossos pequenos

Não pode
Frituras, massas e outros alimentos com excesso de gordura e carboidratos
Temperos e condimentos muito fortes
Embutidos, como salsicha e salame
Chocolate
Carne com ossos pequenos
Frutas ácidas ou gordurosas, como abacate





A castração é a solução
Uma única fêmea nas ruas pode ter quase 150 filhotes em 12 anos.


Se houve uma unanimidade entre os especialistas ouvidos pela sãopaulo foi em relação à castração: todos disseram que, para conter o abandono e a superpopulação de cães, uma das medidas fundamentais é "fechar a fábrica". Em São Paulo, por lei, só é permitido vender ou doar animais esterilizados. Mas, segundo a pesquisa Datafolha, menos de um terço dos cães passou pelo procedimento.

"A castração é o método de controle populacional mais humanitário que existe", defende Mônica de Almeida, do CCZ. Uma fêmea tem cio de seis em seis meses e pode gerar seis filhotes por ninhada.

Para Wilson Grassi, a recomendação vale não só para os vira-latas mas também para os de raça. "Tem um momento da vida em que todo mundo quer um bicho. Mas muita gente se desfaz dele depois e, solto, ele procria." Grassi afirma, ainda, que a crença de que o macho castrado se sente impotente não se justifica. "Não muda em nada."

A castração previne doenças e torna os bichos mais dóceis. "O cão castrado é mais tranquilo -o que não quer dizer que não seja brincalhão", diz Mauro Lantzman.

A empresária Gisela Ayres, 50, tem na ponta da língua a justificativa para a castração de Mel, encontrada atropelada e com fraturas. "Hoje, ela é muito mais feliz. Tornou-se um animal mais tranquilo."

A casa da empresária já era terreno de Stuby, 12, outro SRD encontrado nas ruas pelos pais da empresária, castrado logo que passou a viver com a nova dona.



Confira alguns resultados da pesquisa Datafolha*

52% dos entrevistados têm algum bicho em casa
37% têm cachorro
8% têm só gato
6% têm só pássaros
1% têm só tartaruga/cágado/jabuti
1% têm só peixes
1% deram outra resposta

40% dos que moram em casa e 20% dos que moram em apartamento têm cachorro

Cães mais comuns nas casas
15% vira-lata
9% poodle
4% pinscher
3% pitbull
2% pastor-alemão
2% cocker
2% rottweiler
1% labrador
1% lhasa apso
1% dachshund
1% boxer
1% fox paulistinha
1% pequinês
1% basset
4% outras raças


HISTÓRIA

Juntos há 15 mil anos


Repita rapidamente: xoloitzcuintli. O que é isso? É uma antiga raça de cães mexicana, muito popular entre os antigos astecas. É uma entre mais de 300 raças de cães existentes.

Foi o cão que adotou o homem ou foi o homem que adotou o cão? Esse histórico momento aconteceu há 15 mil anos, embora haja evidências de que possa ter ocorrido antes. Quando houve a aproximação, o cão era na verdade um lobo.

Provavelmente alguns lobos menos ariscos foram atraídos pelas sobras de comida dos acampamentos. E com quase certeza foram aceitos pela tribo quando se notou que eram úteis ao dar o alarme da aproximação de feras ou de inimigos.

Seja o minúsculo chihuahua, seja o enorme dinamarquês, todos têm origem comum no lobo cinzento, nome científico Canis lupus; já o totó no seu sofá tem o mais apropriado nome Canis familiaris, embora há quem prefira chamar o bicho de Canis lupus familiaris, enfatizando que o cachorro é subespécie do lobo.

Dois tipos básicos já existiam entre os antigos egípcios, como se nota em pinturas em paredes de túmulos e palácios: galgos, animais esguios com excelente visão e bem adaptados a caçar nos desertos do Egito, e os mais poderosos mastins, usados para guarda e guerra.

Não há estatísticas confiáveis sobre o número de animais abandonados. Mas é a contínua quebra do contrato firmado na pré-história que permite a existência de populações de bichos errantes. Devido à alta mortalidade nas ruas, a reprodução natural não é suficiente para manter a população de vira-latas. É preciso existir um continuado abandono de cães por estes "humanos". (RICARDO BONALUME NETO)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

novo site da guaxu sos animal

A cachorrinha da postagem abaixo já foi adotada.

Acesse o novo endereço virtual da Guaxu SOS Animal:
www.guaxusosanimal.com.br

terça-feira, 8 de junho de 2010

quinta-feira, 20 de maio de 2010

antídoto contra envenenamento

"Chegará o dia em que os homens conhecerão o íntimo dos animais, e, nesse dia, um crime contra um animal será considerado um crime contra a humanidade".
Leonardo da Vinci (1452-1519)


Quando houver suspeita de envenamento de cães ou gatos, dar água morna salgada ou água oxigenada 10vol (uma colher de sopa), que em contato com o estômago também vira água morna salgada e faz o animal vomitar.

Em seguida, dar ATROVERAN (1 gota por kg de peso de 6 em 6 horas).

O carvão vegetal também ajuda muito em envenenamentos (inclusive em humanos), pois é
absorvente. Já existe, nas farmácias, em comprimidos.

A publicação desta dica foi aprovada pelo veterinário.

domingo, 18 de abril de 2010

animais já adotados

Todos os 3 cães da postagem anterior foram adotados, com a ajuda de Deus, evidentemente. Atualmente, continuo escrevendo este blog mas não participo mais da Guaxu SOS. O celular da associação é (35) 8857-3932 e o presidente atual se chama Thiago.

Ari, criador da REDEBICHOS, deixou esta mensagem aqui:

"Se ainda não estão, venham para a REDEBICHOS e divulguem suas ações para os 2200 protetores da rede."

http://redebichos.ning.com